quarta-feira, 18 de julho de 2012

O Design da década de 60


Vestido Tubinho de Saint Lauren

                        O design da década é marcado pelo espírito de prosperidade que varava a década de 50, com o sucesso das economias reconstruídas do pós-guerra. Este espírito de prosperidade também era sustentado pelo alto padrão de vida experimentado por boa parte da população que, com condições suficientes, poderiam se inserir no mundo do consumismo, aproveitando todas as suas beneces e fazendo girar uma economia baseada no fenômeno do consumo desenfreado.

                        É nesta esteira que se desenvolve a idéia de Obsolecência programada. Nesta filosofia, todo produto deveria ser renovado de período em período, fazendo com que o anterior ficasse obsoleto. Inovações funcionais nem sempre eram introduzidas, o que obrigava pelo menos o desenvolvimento de um novo desenho para tal produto. Esse foi um fator determinante na evolução do campo do design como um todo.

                        No campo do Design Gráfico em especial era tratado como a grande panacéia da comunicação da época. Esse fato despertou o interesse de diversos estudiosos da época que formularam várias teorias acerca deste campo da comunicação. Uma das mais expressivas é a de Marchall McLuhan, onde ele defende que a partir da evolução dos processos de produção gráficos, o “meio” passou a ter o mesmo poder de comunicação que a “mensagem”. Ou seja, tanto o conteúdo verbal quanto o não verbal estão em mesmo nível de comunicação para o interlocuror, aumentando assim o interesse em sofisticar não só os textos usados, mas sim todo o layout e design das peças, abrindo assim o leque de possibilidades criativas.

                        Em paralelo a este viés de sofisticação, um grande grupo de profissionais trabalhavam no submundo da comunicação, panfletando suas idéias contestadoras com recursos precários em tecnologia e ricos em criatividade. O ambiente político e social em ebulição na época propiciaram a criação de ateliês no meio Underground que, com maquinário ultrapassado e técnicas não convencionais, iniciaram um processo de adaptação do mercado criativo para a primeira experiência de controle total do processo feito diretamente pelo designer, que era feito exclusivamente pelos critérios do impressor, fato que lançou o que poderemos caracterizar como o principio fundamental do que hoje chamamos de Editoração Eletrônica.

                        Na Europa, este modelo foi tão bem sucedido que, na frança, para dar suporte a toda a mobilização estudantil, mais de 300 pessoas dispersas por toda a cidade produziam material para a difusão das idéias. O formato Pôster ganhou as ruas, chegando a competir com pe de igualdade com as idéias situacionistas propagadas pela TV. Em quanto os poderosos detinham a tv, o povo detinha o Pôster.

                        Ao final da Década, os profissionais do design começaram a flertar tanto com as idéias undergound como com sua militância, formando agremiações de criativos que absorviam o nkow-how das ruas em seus trabalhos, e em troca, forneciam seu empenho profissional e articulação nas campanhas contra as guerras e em prol de todas as causas defendidas.

                        No Braisl de 60 iniciam os primeiros estudos formais de Design não voltado ainda para o design gráfico em si. Vivíamos um momento precário em termos de tecnologia, fato corriqueiro em nossa industria. A baixa renda da população e sua falta de engajamento acabou por não gerar aqui o mesmo efeito político que o design gráfico surtiu em outras terras. Mesmo a industria editorial não desenvolveu um modelo tupiniquim de estética, importando os modelos criativos de fora.

                        Somente no fianl da década de 60 que agremiações de desingers começaram a surgir de maneira discreta, iniciando as discuções sobre o design local que o Brasil deveria ter e a sustentabilidade da atividade no país. Somente nas décadas seguintes pode se observar um ainda discreto progresso, tanto nos processos criativos do design gráfico, quanto na tecnologia, bem como uma certa evolução dos meios underground de produção.

Fonte: Broto Design ou brotodesign.blogspot.com

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