Neste período, pelo mundo todo, fervilhavam manifestações culturais
novas. A partir dos poemas da Beat Genaration, dos grupos e cantores de Rock, a
cultura pop emergente, somados ao apreço pela sociedade de consumo, do próprio
consumismo e da reafirmação do American Way of Life, uma série de novas
atitudes começa a pipocar. Gente jovem querendo sexo livre, pensando e agindo
pelas minorias, usando drogas alucinógenas, pregando a paz e o amor em
contraponto a guerra e pedindo por uma nova atitude da sociedade fundavam, sem
pretensão, o que chamamos hoje de contracultura.
Foi nesse espírito que, a juventude entra a década aos poucos se
politizando, se unindo, não a uma instituição pré-definida, mas a si mesmas.
Grupos de jovens em escolas e universidades saiam às ruas pedindo o fim da
guerra do vietnã. Em todo mundo era reconhecida a injustiça para com aquele
povo. Injustiça essa que catalisou toda a insatisfação da época com sua forma de
pensar agir e viver. Para aqueles jovens, o Sonho Americano era fracassado pois
tomava a liberdade individual de cada um ao troco que oferecia um padrão de
vida material elevado, bens de consumo infinitos, opções de escolha vasta nas
prateleiras e aparelhos que facilitavam a vida de qualquer um a apenas um
apertar de botões.
Este era o modelo de homem que Marcuse, autor que fez a cabeça dos
jovens da época, chamava de “Homem Uminidirecional”, título de uma de suas
principais obras. Exatamente esta obra fazia a discussão acerca de uma
sociedade autoritária que, ao mesmo tempo que subordina, subsidia, mantendo
todos os indivíduos em ordem de obediência. Contestar o sistema era contestar
ao progresso, ou seja, um ato incoerente.
No auge desta agitação, surgem os grandes festivais de musica como o de
Woodstock, celebrando todos estes pensamentos e ideologias. Surge a cultura
Underground, contestando o modo de vida estabelecido. Surgem também os Hippies,
condensando o modo de vida da contratultura. A Nova Esquerda, repensando as
bases sociais dos dois grandes blocos. Os Yippies e o Youth International
Party, politizando a atitude Hippie e colocando-os em ordem de batalha contra
tudo o que havia de errado na sociedade.
No Brasil, além de toda a profusão de pensamentos que ocorria no
exterior e inevitavelmente passaria por aqui, tínhamos a recém Ditadura
implantada. Isso direcionou a pouca juventude engajada a lutar pelos ideais de
um mundo melhor por aqui também, o que significava enfrentar uma ditadura
inconseqüente muitas vezes até a morte.
A cultura no Brasil, ao contrário do que pareça, não foi de imediato
controlada pelo Estado. O mais curioso ainda é que, quem mais expressava a
cultura e seus agitos era justamente a esquerda, através de órgãos como o CPC
da Une por exemplo. De lá, surgiu a maioria dos polêmicos artistas de protesto
da época. Enquanto os gritos de guerra eram cantados ou interpretados nos
palcos, os militares rangiam os dentes de ódio, tramando os planos que
endureceriam de vez o regime por anos.
Pelo meio da década, uma expressão cultural começou a pipocar dentre os jovens dentro do regime militar. O movimento chamado de Jovem Guarda apresentava a nova leva de artistas de grande visibilidade que, com um apelo conivente com o sistema, tomavam a atenção da população com temas românticos, engraçados e até de uma branda rebeldia juvenil. Este movimento foi execrado pela cultura engajada que, agora passava cada vez mais ao submundo, perdendo seu espaço nas massas e assim, seu poder de atuação.
Pelo meio da década, uma expressão cultural começou a pipocar dentre os jovens dentro do regime militar. O movimento chamado de Jovem Guarda apresentava a nova leva de artistas de grande visibilidade que, com um apelo conivente com o sistema, tomavam a atenção da população com temas românticos, engraçados e até de uma branda rebeldia juvenil. Este movimento foi execrado pela cultura engajada que, agora passava cada vez mais ao submundo, perdendo seu espaço nas massas e assim, seu poder de atuação.
Ao final da década um
importante movimento surge flertando com as duas antagônicas vertentes. O
Tropicalismo, como assim foi chamado, tanto flertava com a cultura de massa
como, intelectualmente, inseria sua carga de contestação a tudo o que estava
estabelecido. Sua maior virtude foi fazer, assim como o movimento antropofágico
da década de 20 e a bossa nova da década anterior, uma fusão inteligente e
altamente criativa dos elementos nacionais com as correntes internacionais,
tanto artísticas quanto filosóficas, ganhando os palcos do mundo todo e
colocando a arte brasileira novamente em evidência.
Fonte: Broto Design ou brotodesign.blogspot.com
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